Arquitetura balinesa no litoral norte de São Paulo: Uma fusão entre estilos

A arquitetura balinesa inspirou o arquiteto Ronald Ventura a trazer algumas características asiáticas para o litoral norte de São Paulo. O formato e a inclinação de 80% no telhado, a elevação com palafitas e o uso de madeira definem o estilo desta construção. Todos os elementos estruturais, incluindo pilares, vigas e telhado, foram feitos com eucalipto autoclavado, proporcionando maior ventilação e afastamento da umidade, já que a casa fica suspensa a 80 cm do piso. A área construída de 245 m² foi cuidadosamente planejada, com um trabalho artesanal minucioso. As fundações são sapatas isoladas de concreto, diretamente apoiadas na areia. A união da estrutura de madeira com alvenaria foi feita através da cravação das pontas de ferro nos pilares, para uni-los à argamassa de assentamento dos tijolos.

A distribuição da construção é composta por duas edificações interligadas por uma área de descanso coberta por piaçava. Do lado esquerdo da fachada principal, estão as quatro suítes, formando a ala íntima. Ao lado, encontra-se o bloco que contém áreas sociais e de serviço, com salas, cozinha, mezanino e lavabo. As edificações são voltadas para a piscina. A pedido dos proprietários, foram instaladas portas de correr de madeira maracatiara nos quartos, proporcionando ventilação cruzada com as janelas dos banheiros. Outros recursos para dissipar o calor nas suítes foram a projeção do teto inclinado e alto e a instalação de piso de cimento queimado nos banheiros.

Na outra construção, a área social é composta por duas pequenas salas, uma para TV e outra para leitura. O pé-direito alto permitiu a criação de um mezanino, charmoso e confortável, com acesso por uma escada metálica com degraus de madeira. O teto foi revestido com palha de carnaúba e, entre o forro e as telhas, foi colocado um isolante térmico. A estrutura do telhado de eucalipto tratado fica aparente, dando mais rusticidade ao projeto. O bambu está presente na fachada do bloco da ala íntima, parte da fachada da outra edificação, na área de churrasqueira e na cobertura de uma das varandas. O lavabo ganhou destaque com a criação de um jardim fechado com vidro.

Toda a decoração ficou por conta dos proprietários, que trouxeram artigos decorativos de viagens ao nordeste brasileiro e ao litoral norte de São Paulo.

Lazer com integração:
Quem chega à residência é contemplado com a bela vista da área de lazer e é recepcionado em uma das belas varandas, que unem os blocos. A piscina foi projetada em um nível inferior ao das edificações, que estão sobre as palafitas. Para ganhar espaço na área externa, o arquiteto projetou-a com dimensões reduzidas (16,5 m²), valorizando o espaço com decks de descanso e paisagismo no entorno. A piscina conta com hidromassagem e iluminação subaquática para relaxamento, inclusive à noite. Os revestimentos foram feitos com tijolos de concreto estrutural e pastilhas em tons de azul cobalto, amarelo e dourado. A borda é uma continuação do deck e do jardim, que também recebeu projeto luminotécnico.

Em uma das varandas, é possível fazer um churrasco em uma área coberta. A churrasqueira está embutida na parede externa da cozinha, construída com tijolos de barro e revestida com tijolos refratários. Duas portas tipo camarão podem ser abertas, integrando a cozinha a este ‘terraço gourmet’, como o arquiteto define.

Tex­to Daniella Grinbergas
Fotos Edu Castello

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